Espaços de trabalho descontraídos, salas de estar comuns que promovem conversas e encontros entre pessoas e negócios, vários eventos por semana, são conceitos que a pandemia colocou em pausa. Mas para Miguel Rodrigues, promotores do LACS, fazem cada vez mais parte do futuro do trabalho. Artigo publicado no [email protected] Next Big Idea – Futuro do Trabalho – […]


Entrevista com: Hugo Maia, Glintt
Hugo Maia: “O LACS foi um espaço adequado à nossa hackathon por ter um ambiente propício ao pensamento disruptivo”
O LACS falou com Hugo Maia, diretor de inovação da Glintt, empresa de tecnologia e consultoria focada no setor da saúde, sobre a maratona tecnológica que a empresa organizou no LACS Conde d’Óbidos, no dia 11 de outubro. O evento de 18 horas reuniu mais de vinte equipas na área da tecnologia, com um total de mais de 90 pessoas, para desenvolver soluções digitais com vista a melhorar o acesso à assistência médica. No final do dia, foi atribuído um prémio de três mil euros ao melhor protótipo de aplicação.
Para quem não sabe, pode descrever o que é uma hackathon?
É um evento que coloca as pessoas sob pressão para conceberem uma solução tecnológica para um determinado desafio ou problema dentro de um curto espaço de tempo. Esse desafio é lançado às equipas tecnológicas presentes no evento e, com base nas ferramentas tecnológicas que são proporcionadas, as equipas olham para o problema durante um tempo muito limitado, neste caso apenas 18 horas. É um contexto propício para as pessoas pensarem em conjunto sobre um único projeto de forma intensiva e leva à criação de protótipos muito rapidamente em comparação com a abordagem tradicional.
O evento Hacking Health teve lugar no LACS no dia 11 de outubro. Como correu?
Correu muito bem. Esta foi a nossa primeira hackathon e é mesmo a primeira na área da tecnologia para a saúde. Foi muito importante para nós enquanto empresa. Utilizou três tecnologias distintas – Microsoft, Oracle e Outsystems. Foi um êxito porque tivemos muito bom feedback por parte das equipas participantes, que gostaram da experiência, e pelo número de ideias que surgiram. Praticamente todas as equipas chegaram a um protótipo.
Que equipas participaram e de onde eram?
Foi um misto de equipas da própria Glintt, com cerca de 50 a 60 pessoas no total, com equipas do instituto Bragança, da Universidade de Coimbra, do Instituto Superior Técnico e de outras instituições de renome. Da Glintt eram cerca de 50 a 60 pessoas num total de mais ou menos 90. Participaram mais de vinte equipas no total.
Que desafios foram lançados para as equipas desenvolverem soluções?
O desafio principal foi: como é que as tecnologias podem melhorar o acesso aos cuidados de saúde? Dentro disso também lançámos quatro subtemas ligados a sistemas inteligentes de triagem, à medição da qualidade dos serviços prestados, como ajudar as pessoas a gerir melhor a sua relação com os médicos e/ou os medicamentos, e como as tecnologias poderiam formar coaches na área da saúde. Mas eram apenas sugestões e as equipas podiam optar por soluções para outros problemas, desde que dentro da área da saúde.
Qual foi o protótipo vencedor? Que problema vinha resolver?
Tínhamos um prémio de três mil euros para a equipa vencedora mas também acabámos por dar “menção honrosa” a mais duas equipas, às quais atribuímos um prémio de mil euros cada uma.
A equipa vencedora desenvolveu uma solução a que chamou MED-GPS, utilizando tecnologia Outsystems. É uma aplicação móvel que dá informação aos utentes sobre a disponibilidade de um determinado medicamento. A primeira menção honrosa foi para o projeto EVA do Instituto Superior Técnico, que usou tecnologia Oracle para desenvolver um chat-bot que ajuda os prestadores de cuidados de saúde a resolver problemas com as tecnologias que usam no dia a dia do seu trabalho. A segunda menção honrosa foi para a PHARMA.QUEST, que é um assistente virtual com base em tecnologia Oracle para o acesso a cuidados de saúde.
Porque é que a Glintt escolheu o LACS para a hackathon Hacking Health?
Procurámos vários locais e anteriormente fizemos eventos semelhantes de code-jam nas nossas próprias instalações. Escolhemos o LACS pela sua localização central, por ser de fácil acesso de carro ou de transportes, pelo espaço em si. O espaço do rooftop permitia que as equipas não estivessem as 18 horas fechadas sempre no mesmo espaço e pudessem apanhar ar. Por isso, reservámos uma zona no rooftop durante a hackathon para as equipas fazerem pausas ativas num ambiente mais descontraído.
O que providenciou o LACS enquanto espaço que tenha sido benéfico para este tipo de evento?
O LACS foi um espaço adequado à nossa hackathon por ter um ambiente propício ao pensamento disruptivo. Pela decoração e pelo tipo de empresas lá instaladas, o espaço é descontraído e direcionado para a criatividade.
A Glintt considera repetir a experiência?
O evento focou-se na área de Digital Health e a Glintt, como empresa, quer ser inovadora nessa área. Queríamos que fosse um evento marcante. Acho que conseguimos isso. Pretendemos repetir o evento pelo menos uma vez por ano e, neste momento, estamos a pensar repetir em 2020, mais ou menos na mesma altura do ano.