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À conversa com: RAWPHOTOLOGY

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A RAWPHOTOLOGY tem o seu Escritório Virtual no LACS Conde D’Óbidos e fomos saber mais sobre o seu dia-a-dia de trabalho.

Só me lembro que RAWPHOTOLOGY é uma empresa, quando tenho que passar e pagar facturas. Em tudo o resto, é uma missão feita paixão: a de ajudar pessoas (enquanto indivíduos e profissionais) a contar a melhor versão da sua história, a encontrar o ângulo mais marcante da sua personalidade e a descobrir qual a sua proposta de valor e o seu posicionamento, seja através da fotografia ou das palavras.
Trabalhar mais de 25 anos em marketing estratégico e em publicidade, com grande intensidade, ajudou-me a trazer na bagagem a mais útil das certezas, quando criei a RAWPHOTOLOGY: qualquer pessoa ou empresa pode ter uma insígnia, mas só tem uma marca quem é relevante para a vida de alguém: que tem Valor para propor. E é essa relevância que gosto de encontrar, fotografar e contar.

Conversámos com Ricardo Pereira da Silva.

Descreve o teu trabalho em três palavras. 

Storytelling de Valor.

O que é melhor no teu trabalho?

As pessoas. O que elas me dão, quando estão disponíveis para darem o melhor de si.

Descreve um dia típico teu.

O facto de não haver nada de típico nos meus dias, excepto escolher o que vou jantar nesse dia (mesmo quando estou sozinho), ir comprar os ingredientes e preparar o jantar como se fosse o mais importante da vida, sempre com música e um aperitivo por perto.

Que música ouves enquanto trabalhas? 

Gosto demasiadamente de Música, por um lado; e, por outro, já passei há muito a fase de utilizar a Música para afirmar a minha identidade. Por isso, ouço muitos tipos de música, consoante o que estou a fazer e o estado de espírito. Tanto posso ouvir Mahler, como Thelonious Monk, como The Killers, como Piazzolla, Carminho, Zambujo ou Chavela Vargas. Mas, acima de tudo, passo o dia a cantar.

Como é que a RAWPHOTOLOGY começou? Qual é a ideia principal por trás da RAWPHOTOLOGY?

Começou com o desafio dum grande fotojornalista (Ulet Ifansasti), que me fez prometer-lhe que deixaria de ser marketeer para ser fotógrafo profissional; depois, confirmou-se quando fui convidado para fotógrafo do documentário Human e durante uma conversa com o fotógrafo Steve McCurry, que, sem saber, me ajudou a perceber que eu já tinha encontrado o meu próprio caminho; e assumiu-se no dia em que, pela primeira vez na minha carreira, recebi um presente de Natal dum…cliente (e não de um fornecedor), para me agradecer o facto de ter mudado a sua vida, numa ‘simples’ sessão fotográfica. Este episódio e todos os actos de gratidão e generosidade, revestidos de coragem, que os clientes têm comigo e com eles próprios, ao enfrentar uma câmara, enfrentando os seus medos, os seus sonhos e a própria vida, deixou de ser uma ‘ideia por trás’ dum negócio, para ser uma ‘missão que deu um novo sentido à minha própria vida’: fazer as pessoas gostarem delas tal como são e com tudo o que têm e lhes falta.

O que mais gostas no LACS? 

Podia dizer tantas coisas, mas como sou dado a detalhes e a partes que falam pelo todo, vou escolher uma e só uma que (me) diz tudo do LACS: o smiling emoji que põem em todos os e-mails, quando me avisam que chegou correio para mim 😊

Quando eras criança, o que querias ser? 

Grande. E quando fosse grande, queria ser Piloto de Formula 1 (acabei por ser, mas em 2 rodas); Piloto de Caças (nunca passei dos 320 Km/h, mas em asfalto) e…Fotógrafo!

Qual foi o teu primeiro emprego? 

Empreguei-me a mim mesmo, quando fundei uma agência de Publicidade, em Braga, aos 21 anos, enquanto me licenciava em Marketing.

Alguém que te inspira e porquê?

Na Fotografia, Platon e Peter Lindbergh, porque, tal como eu, não concebem a existência da Beleza, onde não existe Verdade e Humanismo. Noutras áreas, Valentino Rossi e Zinedine Zidane, pela forma como fazem o difícil parecer fácil e o rápido parecer lento; José Mujica, por ser o único político, que conheço, que defende a Sobriedade, como um valor essencial; e, em termos mais abrangentes, inspiram-me todos aqueles que duma folha pautada fizeram uma sinfonia e também todos os que desempenham, com brio e humildade, funções que quase ninguém gostaria de ter, mas sem as quais não podemos viver: os cantoneiros, os canalizadores ou os médicos-legistas, entre tantas outras.

Qual é o segredo do sucesso? 

Partir sempre do que o mercado precisa ou deseja e nunca do que nós precisamos ou desejamos. E saber transformar os problemas e as faltas (a começar pelas nossas próprias) em oportunidades. Se folhas soltas não fossem um problema, o clip e o agrafo jamais existiriam.

Um conselho para alguém que está a começar agora um negócio?

Saber e conseguir dizer Não ao que está fora da nossa principal competência. Eu não me tornei reconhecido, como fotógrafo de Pessoas, pelo número de pessoas que já fotografei, mas sobretudo por todas as vezes que declinei convites para fazer outro tipo de Fotografia, por mais que goste de ganhar dinheiro. É preferível arranjar uma outra ocupação, para ganhar dinheiro, até atingirmos o reconhecimento que pretendemos, e sermos fiéis ao nosso propósito e às nossas competências, cobrando o preço justo; do que ‘irmos a todas’ e não sermos reconhecidos por ‘nada’, prejudicando quem o faz e a nós próprios.

Quais os teus lugares preferidos em Lisboa? 

A Praça das Flores e o Jardim das Amoreiras, para um café com livro. As vielas com cheiro a jasmim, de Santa Catarina, de Alfama e do Chiado, ao fim da tarde. Para fotografar, ao contrário do que as pessoas pensam, prefiro a luz mais ‘cinzenta’ e misteriosa do Porto: a luz de Lisboa, durante o dia, é altamente contrastada, o que é uma dor de cabeça para os fotógrafos. Mas é maravilhosa ao fim da tarde e ao amanhecer.

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